São Paulo tem a elite e a classe média (que acha que é mais elite do que a própria elite) mais separatista e preconceituosa do Brasil. Tanto que a maior cidade do país é também conhecida como Chuíça (uma mistura de PIB da China com o IDH da Suíça).
A “nata” da sociedade paulistana chega ao ponto de quando uma favela em uma área central da cidade se rebela contra uma ação de despejo da polícia, a imprensa noticia o fato como os favelados que atrapalharam o trânsito dos pobres trabalhadores.
E um exemplo de como essa corrente está se fortalecendo na cidade, é quando verificamos que ela tomou conta da principal via de acesso ao centro da metrópole. O “Partido Pela Separação de São Paulo do Resto do Brasil” simplesmente fecha a 23 de Maio sempre quando quer dar uma corridinha. Antes eles se contentavam com o Parque do Ibirapuera. Mas resolveram ampliar o playground. Patrocinados por fábricas de tênis, eles pegam um domingo de vez em quando e, simplesmente, fecham a via até o meio-dia para brincar um pouco.
O que será que o núcleo intelectual, político, econômico e cultural da cidade vai dizer se fecharem a 23 para fazer uma feira nordestina? Ou alguma atividade que envolva os pobres? Não, eles iriam atrapalhar o trânsito da cidade. O movimento para separar São Paulo do Brasil está ganhando terreno a cada dia. O próximo passo é eleger José Serra como presidente. A periferia tem de abrir o olho, pois eles não estão no planejamento do novo país. Porque eles atrapalham o trânsito.
domingo, 9 de novembro de 2008
domingo, 5 de outubro de 2008
Raio x do primeiro turno em São Paulo
Junta-se muito dinheiro, boa aprovação e apoio do governador do Estado, foi a receita de Gilberto Kassab, não só desbancar Alckmin, mas ultrapassar Marta Suplicy e terminar o primeiro turno como líder na capital paulista. Pedindo desculpas pelo bordão, o segundo turno é uma nova eleição. Tempos iguais de TV, alianças e transferência de votos de outros candidatos vão decidir o pleito. Quem vê de longe pode imaginar que a coisa vai ser fácil para o Democrata. Quem votou em Alckmin vota no atual prefeito, 33 + 22=55 e pronto. Vitória do DEM. Não é bem assim que a coisa vai funcionar. Os candidatos se atacaram demais durante o horário eleitoral. Um era duas caras, o outro era dissimulado. O Serra está de um lado, o Serra está do outro. Não são favas tão contadas assim que, automaticamente, os votos de Alckmin se transferirão para o prefeito. Acredito que o ex-governador não vai botar o rabinho entre as pernas e simplesmente disser que: com Kassab tudo bem. Geraldo tem uma vida política a zelar e deseja reocupar o Palácio dos Bandeirantes daqui a dois anos. Mas sai muito enfraquecido da eleição municipal, não sendo excluída a possibilidade dele mudar de partido após a traição tucana. Agora no segundo turno, o PT precisa trabalhar para vencer. Precisa trazer quem votou em Geraldo Alckmin, por ser alckimista, e não somente por fazer parte do setor conservador da cidade, para votar em Marta. Trabalhar a rejeição do prefeito, por mais que seja pequena, existe nos setor publicitário, caminhoneiro e dos ambulantes. Um ponto importante também será trabalhar a favor de Marta o fato de Serra vir a TV e ao rádio no segundo turno. E não será difícil fazer isso pois, José Serra é o pior dos tucanos que ocupam o Palácio do Banderaintes em quase 20 anos de poder.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Por que todo mundo gosta dele?
A pesquisa CNT/Sensus divulgada esta semana é taxativa, 77% dos brasileiros aprovam e confiam no presidente Lula. O percentual só não é histórico, pois a mesma pesquisa, em fevereiro de 2003 apontou aprovação de 83% do barbudo, que recém eleito, era a personificação da esperança de um povo sofrido que passava por anos difíceis.
Hoje, seis anos e nove meses depois da posse, por que o presidente Lula tem uma aprovação tão elevada? Carisma, retórica e seu histórico de vida ajudam, mas nem de longe dão a resposta a esta questão, que tanto atormenta a vida da classe média conservadora. A questão principal, e tão simples de responder é: A vida do povo melhorou principalmente do povo pobre. Mas como, onde e por que melhorou?
Após a implantação do Plano Real, em 1994, pelo presidente Itamar Franco, o fantasma da inflação deixou de fazer parte da realidade do brasileiro. Com a moeda forte e valorizada, a classe média e a baixa não precisavam mais fazer a “compra do mês” e estocar todo o alimento no “freezer”, também começaram a comprar bens duráveis em prestações, uma vez que o fantasma da correção monetária sumiu, e as redes tipo “Casas Bahia” entenderam a função do crédito na economia. A estabilização da moeda foi o primeiro passo para a virada do brasileiro médio.
Pulando no tempo a fase nebulosa entre 1995 e 2003, o novo governo começou com uma política de arrocho nas contas públicas, metas altas de superávit primário e pagamento de contas externas. O primeiro programa social de impacto, o “Fome Zero” não vingou, mas os que o sucederam sim, não é a toa que o governo foi reeleito em meio a uma crise política estratosférica e toda a pirotecnia e o circo armado pela imprensa na época.
A pesquisa “Síntese dos indicadores sociais” divulgada ontem (24) pelo IBGE é um retrato do Brasil de Lula. Praticamente todos os indicadores relacionados à qualidade de vida melhoraram, e muito. Para se tomar como exemplo, o número de famílias pobres, que vivem com meio salário mínimo per capita por mês, caiu 26%, saindo de 31% em 1997 para 23% em 2007.
O Bolsa Família, o Prouni, o Luz para Todos e os programas de inclusão racial, só para citar alguns exemplos, são mecanismos de inclusão, ao contrário do pensamento neoliberal babaca de que são puro assistencialismo, esses programas distribuem renda e cidadania aos que nunca tiveram essa oportunidade. A inclusão deve ser baseada em uma série de fatores, como educação, saúde, saneamento, emprego e renda, mas o primeiro e mais importante fator está sendo cumprido, que é a alimentação. Ninguém faz nada com fome.
O problema da exclusão no Brasil, infelizmente não acaba de uma hora para outra, mas se seguir esse caminho vai acabar, e em poucos anos. Hoje mesmo, a ministra Dilma Rousseff falou que com os recursos do pré-sal, a pobreza no Brasil acabará em 18 anos. Você acredita? Eu sim.
Hoje, seis anos e nove meses depois da posse, por que o presidente Lula tem uma aprovação tão elevada? Carisma, retórica e seu histórico de vida ajudam, mas nem de longe dão a resposta a esta questão, que tanto atormenta a vida da classe média conservadora. A questão principal, e tão simples de responder é: A vida do povo melhorou principalmente do povo pobre. Mas como, onde e por que melhorou?
Após a implantação do Plano Real, em 1994, pelo presidente Itamar Franco, o fantasma da inflação deixou de fazer parte da realidade do brasileiro. Com a moeda forte e valorizada, a classe média e a baixa não precisavam mais fazer a “compra do mês” e estocar todo o alimento no “freezer”, também começaram a comprar bens duráveis em prestações, uma vez que o fantasma da correção monetária sumiu, e as redes tipo “Casas Bahia” entenderam a função do crédito na economia. A estabilização da moeda foi o primeiro passo para a virada do brasileiro médio.
Pulando no tempo a fase nebulosa entre 1995 e 2003, o novo governo começou com uma política de arrocho nas contas públicas, metas altas de superávit primário e pagamento de contas externas. O primeiro programa social de impacto, o “Fome Zero” não vingou, mas os que o sucederam sim, não é a toa que o governo foi reeleito em meio a uma crise política estratosférica e toda a pirotecnia e o circo armado pela imprensa na época.
A pesquisa “Síntese dos indicadores sociais” divulgada ontem (24) pelo IBGE é um retrato do Brasil de Lula. Praticamente todos os indicadores relacionados à qualidade de vida melhoraram, e muito. Para se tomar como exemplo, o número de famílias pobres, que vivem com meio salário mínimo per capita por mês, caiu 26%, saindo de 31% em 1997 para 23% em 2007.
O Bolsa Família, o Prouni, o Luz para Todos e os programas de inclusão racial, só para citar alguns exemplos, são mecanismos de inclusão, ao contrário do pensamento neoliberal babaca de que são puro assistencialismo, esses programas distribuem renda e cidadania aos que nunca tiveram essa oportunidade. A inclusão deve ser baseada em uma série de fatores, como educação, saúde, saneamento, emprego e renda, mas o primeiro e mais importante fator está sendo cumprido, que é a alimentação. Ninguém faz nada com fome.
O problema da exclusão no Brasil, infelizmente não acaba de uma hora para outra, mas se seguir esse caminho vai acabar, e em poucos anos. Hoje mesmo, a ministra Dilma Rousseff falou que com os recursos do pré-sal, a pobreza no Brasil acabará em 18 anos. Você acredita? Eu sim.
A isca e o anzol
Por Bruno Pavan
Há uma corda bamba onde os governantes brasileiros têm que andar. Quando nasce um projeto como o bolsa família ou o fome zero, é taxado de assistencialismo e é disparada a famosa frase: é melhor ensinar a pescar do que entregar o peixe. Como se fosse fácil da pessoa sem ter o que comer e sem emprego “ir pescar.” Infelizmente muitos planos de tentativa de inclusão do governo federal esbarram nesse pensamento neoliberal.
Na disputa à prefeitura de São Paulo há uma discussão que volta nesse ponto. A candidata do PT, Marta Suplicy, promete antenas para a cidade toda ter acesso à internet sem fio de graça. E a direita bate, fazendo cálculos e dizendo que com esse dinheiro daria para fazer tantas escolas, tantos hospitais, tantas creches. O velho discurso do bom moço, mas com a diferença de que ninguém acredita mais. O prefeito Kassab parece que se esquece de suas obras. Quantos pobres foram beneficiados com a proibição de Outdoors na cidade? E com o rodízio de caminhões?
Claro, a desigualdade social no Brasil é um problema de muito tempo. O bolsa família, o fome zero, as cotas para universidades, não são soluções ideais. Mas é preciso dar o peixe, matar a fome da população para depois deixar tudo arrumado para todos terem os equipamentos para pescar.
É visível para quem vive na cidade de São Paulo os problemas que a cidade enfrenta nas questões de saúde, habitação, educação, transito e em tantas outras áreas. Mas qual é o problema de acontecer um programa grande de inclusão digital? Então é assim, quando é aprovada as cotas em universidades para negros, índio e pobre o governo federal é criticado por dar o peixe. Quando há um grande projeto de internet de banda larga para toda a cidade de graça, que é uma tentativa de ensinar o povo a pescar (ou não é?), vem às críticas dizendo que deve ser feito isso ou aquilo com o dinheiro que vai ser gasto. Na última eleição para prefeito de SP, a coligação PSDB/PFL (atual Democratas) criticou a criação dos Ceus. Com o mesmo mantra de que: com o dinheiro de um poderiam ser construídas cinco escolas convencionais. E depois de eleito, ampliou o número desses centros em São Paulo.
Afinal de contas, o que a direita brasileira quer: que dê o peixe, ou que entregue a vara, o anzol e as iscas?
Também em: http://bloguedobrunopavan.blogspot.com
Há uma corda bamba onde os governantes brasileiros têm que andar. Quando nasce um projeto como o bolsa família ou o fome zero, é taxado de assistencialismo e é disparada a famosa frase: é melhor ensinar a pescar do que entregar o peixe. Como se fosse fácil da pessoa sem ter o que comer e sem emprego “ir pescar.” Infelizmente muitos planos de tentativa de inclusão do governo federal esbarram nesse pensamento neoliberal.
Na disputa à prefeitura de São Paulo há uma discussão que volta nesse ponto. A candidata do PT, Marta Suplicy, promete antenas para a cidade toda ter acesso à internet sem fio de graça. E a direita bate, fazendo cálculos e dizendo que com esse dinheiro daria para fazer tantas escolas, tantos hospitais, tantas creches. O velho discurso do bom moço, mas com a diferença de que ninguém acredita mais. O prefeito Kassab parece que se esquece de suas obras. Quantos pobres foram beneficiados com a proibição de Outdoors na cidade? E com o rodízio de caminhões?
Claro, a desigualdade social no Brasil é um problema de muito tempo. O bolsa família, o fome zero, as cotas para universidades, não são soluções ideais. Mas é preciso dar o peixe, matar a fome da população para depois deixar tudo arrumado para todos terem os equipamentos para pescar.
É visível para quem vive na cidade de São Paulo os problemas que a cidade enfrenta nas questões de saúde, habitação, educação, transito e em tantas outras áreas. Mas qual é o problema de acontecer um programa grande de inclusão digital? Então é assim, quando é aprovada as cotas em universidades para negros, índio e pobre o governo federal é criticado por dar o peixe. Quando há um grande projeto de internet de banda larga para toda a cidade de graça, que é uma tentativa de ensinar o povo a pescar (ou não é?), vem às críticas dizendo que deve ser feito isso ou aquilo com o dinheiro que vai ser gasto. Na última eleição para prefeito de SP, a coligação PSDB/PFL (atual Democratas) criticou a criação dos Ceus. Com o mesmo mantra de que: com o dinheiro de um poderiam ser construídas cinco escolas convencionais. E depois de eleito, ampliou o número desses centros em São Paulo.
Afinal de contas, o que a direita brasileira quer: que dê o peixe, ou que entregue a vara, o anzol e as iscas?
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